No ano mais de desafiador da nossa geração, o nível de inovação, evolução e aprendizado foi gigante. É evidente que, por outro lado, 2020 trouxe muita dor, principalmente para todos aqueles que perderam entes queridos para a Covid-19, doença ocasionada pelo novo coronavírus.
Citar qualquer número isolado de contaminados ou mortos é tornar este texto automaticamente defasado, então trago datas: em 28 de dezembro de 2018, o Consórcio de Imprensa, formado por G1, O Globo, Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL, aponta que o Brasil tem 7.481.400 pessoas contaminadas e 191.146 brasileiros mortos. No mundo, a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, aponta 81.217.325 contaminados e 1.773.719 mortos na mesma data.
Mas, mesmo diante de todos esses números, 2020 nos ensinou muito!
Começando ‘pelo fim’, foi neste ano em que os cientistas de diversos países desenvolveram vacinas no menor tempo já visto. Antes da CoronaVac, da Sputnik V, das vacinas da Pfizer/BioNTech, da Moderna e da Oxford/AstraZeneca, que foram criadas em menos de 10 meses, o recorde era do imunizante contra a caxumba, que levou cerca de 4 anos para ficar pronto.
2020 também foi responsável por derrubar paradigmas e quebrar barreiras.
Eu aposto que você conhece muita gente que dizia: ‘eu jamais conseguiria fazer home office’. Em março, quando o Brasil ‘se isolou’ e os escritórios precisaram fechar, esses todos perceberam que, sim, conseguem trabalhar de casa. E a produtividade pode ser tão boa quanto – ou melhor do que – aquela alcançada no ambiente corporativo.
Convido empresas a colocarem no papel a economia obtida em 2020 com a redução de viagens de negócios. Com as tão popularizadas videochamadas (ou calls), ficou claro que você não precisa mais viver na ponte aérea. Alguns poucos dirão: “ah, mas para a minha área o ‘olho no olho’ é essencial”. E o coronavírus e uma gigantesca parte dos executivos das grandes empresas (que até desistiram de ter escritórios físicos) vão rir da cara de quem disser isso.
Sim, foram muitas as empresas que entenderam que os custos com prédios comerciais enormes não são mais coerentes no ‘novo normal’ trazido pela pandemia. Apenas para citar alguns exemplos no Brasil, temos Google, Twitter, Itaú, Banco do Brasil, XP, WeWork e Fleury.
Em 2020, aprendemos algo sobre os ‘planejamentos anuais’, e para descrever o aprendizado, parafrasearei uma grande amiga, executiva de relações institucionais, que diz: “algumas coisas têm a validade um iogurte… fora da geladeira”. Quem diria, em dezembro de 2019, que os meses que o board da sua empresa passou planejando 2020 teriam sido em vão?
Neste ano, também conseguimos – finalmente – entender de uma vez por todas que um profissional não precisa de roupa social para exercer sua função com excelência. Ou você acha, realmente, que alguém estava com uma peça formal da cintura para baixo, na parte que não aparecia no Zoom?
As palavras ‘resiliência’ e ‘empatia’ nunca fizeram tanto sentido. Pessoal e profissionalmente, foi preciso se reerguer todos os dias para superar 2020. Neste final de ano, eu disse mais de uma vez que nós não apenas sobrevivemos, mas que nós superamos 2020. Certamente, para quem desenvolveu projetos de sucesso no período mais difícil de uma geração, será fácil continuar crescendo e se desenvolvendo.
Um dos maiores e melhores aprendizados de 2020 é que o racismo, o preconceito e qualquer tipo de discriminação não será mais aceito! A representatividade e a luta por igualdade esteve presente nas manifestações (online e offline), nas urnas (com candidatos e candidatas transexuais eleitos com expressivas votações) e na TV.
Todos os principais reality shows do país tiverem pessoas negras como vencedoras: na Globo, Thelma Assis venceu o Big Brother Brasil; em outubro, Kauê Penna conquistou o The Voice Kids. Em dezembro, a edição ‘adulta’ do programa musical teve Victor Alves como campeão, e o cantor fazia parte do time de Iza, também negra. No mesmo mês, Lucy Alves venceu a Dança dos Famosos. No Canta Comigo Teen, da Record, Sidinho levou o troféu. Ainda na mesma emissora, a edição de maior repercussão da história de A Fazenda teve Jojo Toddynho como a grande vencedora.
Como um ano pode nos mostrar que os clichês fazem tanto sentido?
‘Mar calmo não faz bom marinheiro’, ‘enquanto uns choram, outros vendem lenços’ e tantas outras frases feitas se comprovaram dia após dia.
Pessoalmente, 2020 foi o melhor ano da minha carreira. Trabalhando ao lado de profissionais engajados e competentes, tive participação direta em grandes projetos e conquistas. Receber três reconhecimentos de Great Place To Work (GPTW) em pleno 2020 não é para qualquer empresa. Ainda fui eleito um dos Top 3 entre os ‘Melhores Executivos de Comunicação Corporativa’, concorrendo com gigantes da comunicação e do marketing das maiores corporações do Brasil.
Por essas e por tantas outras coisas, 2020 não deve ser um ano para esquecer. Pelo contrário! Devemos nos lembrar de todo o aprendizado e olhar para o futuro com a certeza de que somos capazes de superar qualquer desafio.